segunda-feira, 28 de janeiro de 2013

Seminário ECO-ESCOLAS


Enquanto conduzia para norte, debaixo de chuva, de Sintra para  Águeda, na quinta.feira, apenas cinco dias depois do grande temporal que destruiu  parte do património que me é mais querido: as minhas grandes irmãs ÁRVORES. Fui entristecendo enquanto o cenário de beira de estrada desfilava perante o meu olhar incrédulo.
Foi como deixar de acreditar no pai natal, perceber que afinal as árvores não morrem de pé.
Gigantes prostrados e indefesos, desenraizados, imóveis, consumidos pelo peso de um silêncio escuro e tristonho, de quem sabe, que ao seu redor várias outras espécies arbóreas foram também fustigadas pela fúria impiedosa do vento. Caladas para sempre, largadas abruptamente a um novo ciclo que será terra, musgo, fogo, fumo ou água, quem sabe... Árvores não serão nunca mais. Ou talvez sim, talvez tenham deixado descendência. Pousadas, aguardando nova vida as sementes esperam o tempo certo para recomeçarem um novo ciclo de 300, 400 ou 500 anos.
O certo é que por muito que racionalmente entenda os ciclos da vida, ver tanta árvore monumental derrubada no chão,  aperta o coração e, no meu caso, confrontou-me com a realidade vulnerável, frágil e efémera de todas as raízes incluindo as minhas.

No parque de Alta Vila em Águeda, tapetes de musgos, aconchegam as árvores como se fossem mortalhas delicadas e macias num adeus estranhamente horizontal.


















5 comentários:

  1. Tomar consciencia que há forças que não entendemos, e que o homem não controla,faz nos sentir mais pequenos e indefesos, que por mais profundas que estejam as nossas raizes há sempre algo que com uma lufada de vento as pode arrancar. Para os não crentes, pensai, alguem tem mais força. mais poder, e só não o demostra mais vezes. Porque não quer.

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  2. Olá Fernanda
    Não tenho visto aqui qual a tua a agenda.
    Depois de Águeda onde vais estar a "evangelizar", como diz o nosso amigo Luis Alves?
    Jorge Carona

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  3. oh!!!! omg!!!!!
    so much sadness!!!!!

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  4. A alegria aqui é teres feito este bonito texto, sentido, inspirado e bem escrito. ;)

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