Um alegre fim-de-semana entre urtigas e botânicos.
A caminho da serra presenteada por um auspicioso arco-irís que parecia nascer vinha do centro da terra e me dava a entranha sensação de se ligar ao meu umbigo como um cordão umbilical todo feito céu e luz.
E de facto assim foi o fim-de-semana; todo feito de céu, terra, luz, plantas e pessoas maravilhosas.
A caminho da serra presenteada por um auspicioso arco-irís que parecia nascer vinha do centro da terra e me dava a entranha sensação de se ligar ao meu umbigo como um cordão umbilical todo feito céu e luz.
E de facto assim foi o fim-de-semana; todo feito de céu, terra, luz, plantas e pessoas maravilhosas.
A urtiga é um excelente remineralizante do organismo, rica
em antioxidantes, vitaminas, sobretudo vitaminas A e C, sais minerais como
ferro, magnésio, fósforo, muita clorofila, etc. Enfim um superalimento que o
concelho de Fornos de Algodres soube aproveitar, decidindo revitaliza-la,
trazendo-a de volta ao tão meritório lugar de destaque na nossa gastronomia.
Inserida nas jornadas Etnobotânicas que já vão na sua VIII
edição; as urtigas (na sua V edição) têm vindo a conquistar cada vez mais
adeptos e curiosos que se deslocam todos os anos a Fornos de Algodres para
participarem num fim-de-semana muito urticante.
Mas nem só de gastronomia urticante, vivem estas jornadas. O
passeio etnobotânico que se realiza sempre no primeiro dia das jornadas contou
este ano com o ilustre etnobotânico espanhol, Emílio Blanco, que na minha companhia, na companhia do professor e botânico José
Ribeiro da UTAD, que é um dos ilustres fundadores da Confraria e membro
indispensável nestes passeios de reconhecimento de plantas. do Manuel Paraíso grande expert em matéria de urtigas e também fundador e organizador desta confraria.
Também esteve presente o chef
espanhol Martin Alvarez da escola superior de turismo Ourense com um livro de
receitas publicado ” 40 receitas com urtigas”.
Feliz coincidência, este ano a data do evento inseriu-se no
dia 18 de maio, Dia Internacional do Fascínio pelas Plantas.
Depois de um fantástico passeio de três horas e do reconhecimento e prova
de uma série de plantas silvestres comestíveis como as azedas (Rumex) os rebentos dos fetos, e da norça
branca (Bryonia dioica), nozelha,
umbigos de vénus (Umbelicus rupestris),
madressilva (Lonicera), rosmaninho Lavandula pedunculata
E agora sim esperava-nos um delicioso manjar. Um piquenique partilhado com as mais variadas receitas cozinhadas com urtigas.Paté de urtigas e linhaça, pão de urtigas, pastéis de nata, rabanadas, quiches, alheiras, requeijão e até cerveja de urtigas que viriamos a provar mais tarde.
Depois do piquenique regressamos à sala onde ficamos a saber dos últimos estudos realizados na Faculdade de Farmácia da Universidade Coimbra pela professora Teresa Batista que vieram confirmar o que há muito já se sabe, as propriedades antioxidantes das urtigas, mas também as suas outras utilizações medicinais como problemas da próstata,(hiperplasia benigna da próstata, que reage muito bem ao tratamento à base de raiz de urtiga), reumático e arterite, gota, etc.
Descobrimos a diferença entre outras Urticáceas como a Parietária e as outras não-urtigas como
os Lamius que se podem confundir com
urtigas mas não têm picos e por isso não são urtigas nem têm as mesmas
propriedades nem utilizações.
Ao jantar provamos sopa de urtigas, pão, paté,
molhos e sobremesas e saímos de lá verdes de alegria, pois esta maravilhosa
planta têm ainda a capacidade de estimular a produção de serotonina.
No dia seguinte dia 19, tive a honra de ser entronizada, nesta confraria que tanto prezo, vestiram-me uma capa e uma medalha e em latim jurei eterna fidelidade à minha grande aliada URTIGA
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Muitos parabéns pelo seu empenho na divulgação e amor pelas plantas. Beijs
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