quinta-feira, 20 de junho de 2013

SERRA DE SINTRA


Enquanto espero pacientemente o dia 6 de julho onde irei revisitar os meus lugares de eleição do Reino Unido, numa verdadeira orgia botânica: Kew gardens,www.kew.org/ Chelsea Physic garden chelseaphysicgarden.co.uk,  jardim botânico de Oxford, jardim da Jekka MacVikar  e da Anne MacIntyre e claro como não podia deixar de ser e como já vem sendo hábito o fantástico HERBFEST http://www.herbfestuk.co.uk/.
Dizia eu que enquanto espero vou passeando por aqui em pausas bem merecidas, entre muitas horas sentadas ao computador, preciso de verde e de serra e eles lá estão sempre para me acolher, me obrigar a esticar as pernas, a colocar a câmara ao pescoço e ir observando deliciada as metamorfoses que esta primavera (a mais fria de que tenho memória), vai pintando nos campos.



Entre cardos, camomilas, malvas, madressilvas, ervilhacas, o verde, vai sem pressas, metamorfoseando-se em dourado.
As sementes soltam-se e esvoaçam como se fossem pirilampos diurnos piscando luzes que são sementes, iluminando a tarde que se esvai entre a serra e o mar.
Esta serra de Sintra, espinha dorsal das minhas memórias de infância, como um animal fingindo dormir, mas  eternamente provando o sabor a sal do Atlântico, onde se abandona em dunas e calhaus, em precipícios e praias.
Esta serra serra de Sintra vive em mim, é a paisagem que vejo quando
fecho os olhos e quero silêncio, força, determinação e clareza.