domingo, 8 de junho de 2014

O cheiro do jasmim

Cheira a jasmim no meu jardim,
São estrelas de veludo deslizando nas manhãs frescas.
Respiro e depois acordo.
Tudo é perfume
e zumbido de abelhas.






sexta-feira, 6 de junho de 2014

Fico feliz quando chove no verão

Fico feliz quando chove no verão, assim não preciso de regar o jardim com água da rede cheia de cloro, as plantas preferem de longe água dos céus, e eu também.

Até porque estes dias cinzentos e molhados convidam a ficar em casa, coisa que tenho feito pouco nos últimos meses.

Ficar em casa é sentar-me em frente ao écran do computador e selecionar fotos para a capa da agenda 2015 que está quase, quase aí. Gosto de ver desfilar diante de mim a infinidade de fotos de flores que tenho feito ao longo dos anos de visitas a vários jardins botânicos e ao meu próprio jardim que não me canso de comtemplar, aceitar e celebrar toda a sua selvagem diversidade.




Hoje entre dois intervalos de chuva estive na escola de Bolembre, muito perto da minha casa, levei comigo um pedaço do jardim dentro dum cesto também ele tecido de plantas, e trazido da Finlândia, país onde no verão quase não existe  noite e por isso as horas de sono são muito curtas também. Acho que essa foi a parte que menos gostei desse país de mil lagos e bosques iluminados pelo branco lìmpido dos troncos de bétulas.


Na escola partilho essas vivências de viagens com as crianças de olhos cintilantes por talvez voltarem a acreditar que afinal o pai Natal possa existir e também dias sem noites e noites sem dias, se isso é possível então também as fadas, os duendes e até o pai Natal pois claro. As renas, sei que existem pois por todos os lados nas autoestradas aparecem tabuletas avisando da possibilidade de nos cruzarmos com elas.

Mas voltando ao meu trabalho nas escolas:

O que na verdade levo dentro do meu cesto são histórias de plantas, jardins, quintais, hortas, pirilampos, deslumbres, histórias de joaninhas e minhocas, plantas que afastam mosquitos e outras que tratam pessoas, rosas que se comem e queijinhos de malvas que parecem abóborinhas miniaturas e que, bem mastigadinhas tratam as aftas.
 

Pequenas sementes de viagens e paixões botânicas que vou vendo germinar, crescer, florescer e muitas vezes dar frutos.

Quando o nosso trabalho é verdadeiro, coerente e feito com consciência e entusiamo, os frutos serão sempre soculentos e abundantes como a vida que nos sustem e a quem nunca me canso de agradecer.