segunda-feira, 23 de fevereiro de 2015

PRIMAVERA ENTRE ANJOS E MALVAS CANTANDO NA MINHA JANELA ENQUANTO ESPREITAM CÚMPLICES OS PÁSSAROS NO JARDIM.





No sábado passado enquanto me passeava por caminhos de terra molhada onde é hábito despejarem entulho às "escondidas", imaginem, encontrei a PRIMAVERA.
Abandonada entre placas de lusalite, pregos ferrugentos, pedaços de tijolos e outros materiais igualmente apelativos e seguros de serem deixados assim em espaços púbicos.
Lá estava ela, igualmente desprezada, meia murcha e muito tristonha.








Recolhi-a com o cuidado que se deve dar às coisas especiais, sacudi-lhe o pó e trouxe-a para casa, dei-lhe lugar de destaque na janela da cozinha onde renasceu feliz, a contemplar o jardim, cheia de novos botões e promessas de uma longa vida.






 Olha com cumplicidade os pássaros, a chuva e as árvores em flor do outro lado da janela.
Pela calada da noite sei que sonha com canções de embalar sussurradas pelo anjo que agora lhe faz companhia.Chama-se MALVA e veio lembrar os meus dias que o tempo é de luz a crescer, e que deitar fora a Primavera é para quem não percebe nada da beleza das flores.


sexta-feira, 20 de fevereiro de 2015

PLANTA DA SEMANA UMBIGOS-DE-VÉNUS QUE SERÁ PROVÁVELMENTE A PLANTA QUE MAIS ENCONTRAREMOS NO PASSEIO DE DOMINGO EM SINTRA. ORA DESCUBRA ALGUMAS DAS SUAS UTLIZAÇÕES


E porque os nossos jardins comestíveis não precisam necessariamente de ser cultivados.

Ele pode nascer espontaneamente nas paredes , nos troncos velhos, nos musgos ou nos recantos esquecidos.
As plantas silvestres ou as tão amaldiçoadas ervas daninhas, não merecem tal designação pois a partir do momento em que reconhecermos as suas utilizações, deixarão de o ser e passaremos a ter ao nosso dispor um excelente recurso, que e em tempos de crise, será sempre bem-vindo.

Como devem imaginar,  o meu jardim é composto por muitas plantas silvestres e algumas espécies cultivadas. Muitos recursos, pouco trabalho e uma beleza bastante selvagem onde a biodiversidade é rainha.



Os umbigos-de-Vénus também conhecidos por conchelos, sombreirinho-dos-telhados, bacelos, orelha-de-monge, caucxilhos, etc. Em francês é também conhecida por nombril-de-Vénus ou ombelic- des –rochers. Em inglês chamam-lhe pennywort.
O seu nome deve-se ao aspeto das suas folhas muito redondas e com uma pequena depressão no centro à semelhança de um umbigo.



Cresce um pouco por toda a Europa setentrional, Grã-Bretanha, Irlanda, Bulgária e Norte de África.
Prefere solos ácidos, e siliciosos, paredes com musgo, fendas, bosques, cascas de árvores e telhados.
Existem em Portugal duas espécies de conchelos Umbelicos rupestris e U. heylandianus (Salisbury) Dandy.
É uma planta perene, suculenta, de folhas basais, carnudas na base e extensamente pecioladas, o caule é ereto e guarnecido em quase toda a sua extensão por flores e botões pendentes formando longos cachos branco-amarelados ou avermelhados.
Mede entre 15 a 50cm e floresce normalmente a partir de abril
Pertence à família das Crassuláceas.



Contém sais minerais sobretudo cálcio, potássio, silício e ferro, vitamina C e taninos.

São mais comuns as suas utilizações externas do que internas, sendo usada para tratar calosidades, feridas, ulceras cutâneas e picadas de inseto, dores de ouvidos. Aplica-se diretamente a planta esmagada em compressas ou o seu suco.

Uma das utilizações populares é aquecida em azeite para aliviar dores reumáticas e amaciar a pele.

Internamente consome-se em saladas, sandes, omeletas e batidos, apresentando um sabor fresco e agradável.

sábado, 14 de fevereiro de 2015

Amor-do-hortelão ou Agarra-saias é a planta escolhida para esta semana.Ora espreitem todos os fantásticos potenciais desta planta que abunda agora por todo o lado



As partes utilizadas para fins medicinais são a planta inteira fresca, é um excelente diurético, podendo ajudar a eliminar pedras no aparelho urinário e tratar infecções do mesmo, é um estimulante do sistema linfático, aliviando problemas de glândulas inchadas e com caroços, útil no tratamento de vários problemas de pele como seborreia, eczema e psoríase, purifica o sangue, é um excelente desintoxicante do organismo, ajudando a eliminar as toxinas através da urina, tem sido utilizado nalguns casos de cancro linfático, nesses casos é mais eficaz tomá-la em forma de sumo em vez de chá, é ainda utilizado para arrefecer o corpo em casos de febre.
Externamente pode ser utilizado em cataplasmas para cicatrizar e desinfectar feridas e ainda para estancar o sangue.




Pode ser utilizada uma infusão para lavar o rosto e aclarar a pele, útil em problemas de icterícia; na água de enxaguar o cabelo para combater a caspa, pode ainda ser utilizado como eficaz desodorizante, fervendo a planta durante cerca de 15 minutos, deixa-se arrefecer e guarda-se no frigorífico durante cerca de 5 dias.


Os ingleses dão-lhe o nome de cleavers, goosegrass ou gripgrass.
O nome científico deriva de uma palavra antiga Aparinê que significa “que agarra”Esta planta era já conhecida dos antigos Gregos, pois Dióscorides explica como os pastores utilizavam os seus caules, atados em feixes, para clarificar o leite. Recomendava-a também contra o cansaço.
Cresce por toda a Europa e América do Norte, assim como noutras regiões temperadas, incluindo a Austrália.


 O amor-do-hortelão ou agarra-saias, é uma planta silvestre, anual, invasora, da família das Rubiáceas, o seu nome científico é Galium aparine L.Apresenta caule quadrangular, viloso nos nós e ramoso a partir da base, com espirais de folhas lanceoladas, cuja face superior está provida de pêlos gancheados, as pequenas flores brancas desenvolvem-se nas axilas das folhas e têm quatro pétalas, o fruto tuberoso mede cerca de 4mm e é gancheado e com pêlos, a raiz é delgada.

 Tal como o seu nome indica prende-se obstinadamente, por meio dos caules à roupa dos caminhantes desprevenidos e dos animais, serve-se dos seus acúleos recurvados para se erguer, agarrando-se a tudo o que está próximo, sem no entanto danificar as outras plantas vizinhas, trepa por árvores e arbustos, cobrindo por vezes grandes extensões de matas e silvados, convém controlá-la um pouco nos nossos jardins, pois é extremamente invasora, é no entanto uma planta delicada, graciosa, macia e leve, com excelentes potenciais fitoterapêuticos.
Com os seus frutos faz-se algo semelhante ao café e a raiz moída pode substituir a chicória.

quinta-feira, 5 de fevereiro de 2015

Rosehips ou cinórrodos, excelente fonte de vitamina C para prevenir gripes e constipações.



As rosas têm bastante interesse fitoterapêutico, mas o que me interessa falar nesta época do ano é do que fica das rosas quando as pétalas desaparecem; fica o botão da rosa, que em francês tem o elegante nome de Eglantine e em inglês Rosehips.
Os botões das rosas são na realidade os seus frutos ou sementes, o mais utilizado é o proveniente da rosa canina ou rosa silvestre, este falso fruto tem o nome de cinórrodo e é nele que se concentra grande parte do interesse terapêutico devido alto teor de Vitamina C.



Em português dá-se pelo nome de rosa-brava, roseira-brava, silvão, rosa-macha ou rosa- de- cão, o seu nome científico é rosa-canina e pertence obviamente à grande família das Rosáceas.

História
Foram encontrados vestígios de cinórrodos em locais pré-históricos o que sugere que estes já seriam utilizados por estes povos.
As rosas foram desde a Antiguidade cultivadas pela sua beleza e fragrância, mas também pelo seu grande valor medicinal.

Nos anos 1800 na Grã-Bretanha as pétalas de rosas eram usadas como adstringente em preparados farmacêuticos e também para melhorar o sabor de alguns medicamentos.
Durante a segunda guerra mundial quando houve escassez de citrinos, recorreu-se aos frutos da roseira-brava como fonte de Vitamina C para prevenir os grandes surtos de escorbuto.

Na fitoterapia actual os frutos e a flor da da rosa-canina são utilizados em vários preparados para tratar gripes e infecções das vias respiratórias, problemas gastrointestinais, fortalece o sistema imunitário.
O botânico e médico Romano Plínio-o-velho enumerou 30 patologias que poderiam ser tratadas com remédios feitos a partir de rosas.

Mais tarde na Idade Média as rosas e os botões de rosa continuam a sua popularidade e as pétalas de roas eram utilizadas para tratar diarreias, tosse, tensão nervosa, depressão, dores nas articulações, entre outras coisas, muito associado também nessa época a superstições e bruxaria, usava-se nos amuletos para atrair amor.




Rica em vitamina C mas também A, B, E e K, contém ainda flavonóides, carotenóides açucares, taninos, ácidos orgânicos e pectina.
Os ácidos e a pectina são responsáveis pela sua acção laxativa e diurética, as pétalas contêm taninos que são ligeiramente adstringentes, fortalecendo os capilares e tendo uma acção venotónica.
É ainda útil no tratamento de várias síndromes de gripe e debilidade física, convalescença, doenças infecciosas, fragilidade capilar, situações de carência de vitamina C.


Vinagre de frutos de roseira-brava
Colocar 20 a 30 frutos inteiros ou ligeiramente esmagados num frasco com vinagre de sidra, fechar e deixar ao sol durante um mês, depois coar e guardar.
Usar para temperar saladas, também muito eficaz em gargarejos (uma colher de sopa em meio copo de água morna) para aliviar dores de garganta.


As pétalas de rosa usam-se na decoração de pratos, cristalizadas ou com chocolate,