Gilbardeira ou gilbarbeira (Ruscus aculeatus L) família das Liliáceas
Também conhecida por erva-dos- vasculhos, azevinho-menor ou
pica-rato, esta planta pertence à família das Liliáceas.
Em Inglês é conhecida por butcher’s broom, pois era utilizada pelos carniceiros, nos talhos
para limpar as bancadas de madeira.
É uma planta perene arbustiforme, vivaz, de caule verde,
erecto, glabro (desprovido de pêlos), densamente provido de ramos foliáceos
(cladódios) na extremidade com folha verde-escura, coriácea, alterna e com
espinhos, flores esverdeadas (Setembro a Abril), muito pequenas que se
desenvolvem na axila de uma pequena bráctea situada no centro dos cladódios
(estes cladódios são muitas vezes confundidos com folhas mas na realidade são
caules transformados), baga redonda vermelha, sabor adocicado e depois amargo.
O rizoma apresenta-se oblíquo e nodoso exalando um cheiro
pouco intenso a terebintina.
Forma moitas espessas, frequentemente impenetráveis devido à
rigidez dos seus ramos axilares, foliáceos e espinhosos.
É comum na zona Atlântica até à
Europa Central e Meridional, Sudoeste Asiático, Norte de África, em Portugal
cresce espontânea em quase todo o território em solos calcários e bosques até
700 m. Não é muito resistente ao frio intenso.
É no entanto uma espécie
protegida devido ao corte abusivo de que tem sido vítima, sobretudo na época
Natalícia, quando apresenta as suas bonitas bagas vermelhas e brilhantes, tão
atraentes também para os pássaros.
História
Apesar de ser mais utilizada no
fabrico artesanal de vassouras que se utilizam ainda muito em certas zonas do
nosso país, a gilbardeira apresenta propriedades medicinais.
Era já muito usada na Antiguidade
e conhecida do médico Grego Dioscórides no século I d. C. que a denominava de Ruscus e a utilizava como estimulante do aparelho urinário para tratar
cálculos na bexiga, icterícia e dores de cabeça.
Componentes e propriedades
Hoje em dia utilizam-se
principalmente os rizomas e as raízes, as bagas não são comestíveis nem têm
interesse medicinal.
Contém saponósidos, flavonóides,
óleos essenciais, resina, cálcio, potássio.
Os saponósidos são responsáveis
pela eficaz acção venotónica, tão boa como o castanheiro-da-índia, os
flavonóides têm uma acção diurética e protectora dos capilares.
Usa-se no tratamento de hemorróidas,
varizes, pós-flebites, fragilidade capilar e outras insuficiências crónicas
venosas, pode ainda ser usada nas inflamações pélvicas e no tratamento de
problemas urinários por aumentar a diurese.
Utiliza-se ainda na preparação do
xarope das cinco raízes, do qual fazem também parte a salsa, o funcho, o aipo e
os espargos.
No jardim.
É plantada como planta ornamental
e em sebes.
Precauções
Caso se ingiram acidentalmente as
bagas, estas podem causar vómitos, diarreia e convulsões.
Quando usada para fins diuréticos
é importante ter em conta a existência de hipertensão, cardiopatias ou
insuficiência renal moderada ou grave.
O azevinho (Ilex aquifolium)
O azevinho não é das plantas mais utilizadas em fitoterapia, apesar de
ser uma planta com algum interesse nesta área, não faz parte do léxico de
plantas aconselhadas pelos fitoterapeutas ou naturopatas, mas chegou a ser
utilizada para tratar a febre, como tónico, diurético, no alívio de dores reumáticas, bronquite
crónica e perda de apetite.
É uma planta de crescimento muito lento, de difícil propagação e que
pode viver para além dos 300 anos.
É protegida por lei desde o
início de Dezembro de 1989 em Portugal (Decreto - Lei n.º 423/89 de 4 de
Dezembro), devido principalmente à sobre colheita na época natalícia, o
mesmo acontece com o ruscus e o próprio teixo tão cobiçado para a realização
das coroas de Natal que se penduram nas portas nesta época festiva. A procura
e corte do azevinho fêmea aumenta, pois é esta que possui as bagas vermelhas e
não o macho. O azevinho encontra-se em vias de extinção, pois as pessoas, ao
cortarem apenas o azevinho fêmea, deixam o azevinho macho sem fêmea para se
reproduzir. É uma espécie dióica (plantas masculinas e femininas distintas). Os
frutos aparecem só nas plantas femininas.
Gostaria de saber se o azevinho de bagas brancas é macho ou fêma. Diz no seu artigo que o macho não tem bagas.
ResponderEliminarObrigada.
Gina
Não conheçoi nenhum azevinho de baga branca, que azevinho é esse?
ResponderEliminargrata, obrigada
Tenho uma dúvida que ainda não esclareci sobre a gilbardeira, que é saber se este arbusto também origina plantas macho e fêmeas tal como o azevinho. Isto porque tenho uma gilbardeira já com 1,10m de altura e continua a alargar pela multiplicação dos rizomas mas nunca deu bagas nenhumas!
ResponderEliminarAqui onde vivo (mesmo junto ao rio Douro) é possível encontrar pequenas gilbardeiras espontâneas pelo monte mas a grande maioria também não tem bagas só mesmo uma por entre outra, daí a minha dúvida!
Obrigado.