Viver num jardim medicinal e mágico é, acordar de manhã depois de uma noite de chuva, respirar fundo e assistir ao festival de pérolas suspensas no vazio, gotas de chuva brilhando no ar sem brisa, folhas que de repente decidem supender a sua queda lenta, aninhando-se em fios de seda invisíveis, teias de aranhas atravessando os caminhos entre árvores e pérgolas, decorando o jardim, que teima em não deixar de florir.
Dias quentes e com chuva em outubro, clima ideal para o cardamómo e gengibre que por aqui vão crescendo neste microlima Sintrense.
Eu de câmara em punho vou recolhendo sempre mais imagens para futuros/presentes projetos de livros que germinam dentro e fora de mim pretendendo sempre contagiar os leitores com este fascínio pelo maravilhoso reino vegetal.
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Salva-ananás | |
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papiro | |
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lúcia-lima ou limonete |
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E porque de outono se trata, partilho aqui também algumas imagens dos pores-de-sol mais deslumbrantes do ano, os céus de setembro e outubro, de norte a sul do país, são decididamente os que mais me encantam.
Em Sagres, pintam-se os céus de fogo, enquanto aves migratórias planam no horizonte também elas, com certeza, alimentando-se tal como eu, desta sensão de ser um grão no infinito, de ser tudo e de ser nada, e de viver com eterna gratidão por tudo o que tenho, que é nada, e por tudo o que sou, que é nada também e tudo ao mesmo tempo.
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