As rosas têm bastante interesse fitoterapêutico, mas o que
me interessa falar nesta época do ano é do que fica das rosas quando as pétalas
desaparecem; fica o botão da rosa, que em francês tem o elegante nome de Eglantine e em inglês Rosehips.
Os botões das rosas são na realidade os seus frutos ou
sementes, o mais utilizado é o proveniente da rosa canina ou rosa silvestre, este falso fruto tem o nome de cinórrodo e é nele que se
concentra grande parte do interesse terapêutico devido alto teor de Vitamina C.
Em português dá-se pelo nome de rosa-brava, roseira-brava,
silvão, rosa-macha ou rosa- de- cão, o seu nome científico é rosa-canina e pertence obviamente à
grande família das Rosáceas.
História
Foram encontrados vestígios de cinórrodos em locais
pré-históricos o que sugere que estes já seriam utilizados por estes povos.
As rosas foram desde a Antiguidade cultivadas pela sua
beleza e fragrância, mas também pelo seu grande valor medicinal.
Nos anos 1800 na Grã-Bretanha as pétalas de rosas eram
usadas como adstringente em preparados farmacêuticos e também para melhorar o
sabor de alguns medicamentos.
Durante a segunda guerra mundial quando houve escassez de
citrinos, recorreu-se aos frutos da roseira-brava como fonte de Vitamina C para
prevenir os grandes surtos de escorbuto.
Na fitoterapia actual os frutos e a flor da da rosa-canina
são utilizados em vários preparados para tratar gripes e infecções das vias
respiratórias, problemas gastrointestinais, fortalece o sistema imunitário.
O botânico e médico Romano Plínio-o-velho enumerou 30
patologias que poderiam ser tratadas com remédios feitos a partir de rosas.
Mais tarde na Idade Média as rosas e os botões de rosa
continuam a sua popularidade e as pétalas de roas eram utilizadas para tratar
diarreias, tosse, tensão nervosa, depressão, dores nas articulações, entre
outras coisas, muito associado também nessa época a superstições e bruxaria,
usava-se nos amuletos para atrair amor.
Rica em vitamina C mas também A, B, E e K, contém ainda
flavonóides, carotenóides açucares, taninos, ácidos orgânicos e pectina.
Os ácidos e a pectina são responsáveis pela sua acção
laxativa e diurética, as pétalas contêm taninos que são ligeiramente
adstringentes, fortalecendo os capilares e tendo uma acção venotónica.
É ainda útil no tratamento de várias síndromes de gripe e
debilidade física, convalescença, doenças infecciosas, fragilidade capilar,
situações de carência de vitamina C.
Vinagre de frutos de roseira-brava
Colocar 20 a 30 frutos inteiros ou ligeiramente esmagados
num frasco com vinagre de sidra, fechar e deixar ao sol durante um mês, depois
coar e guardar.
Usar para temperar saladas, também muito eficaz em gargarejos
(uma colher de sopa em meio copo de água morna) para aliviar dores de garganta.
As pétalas de rosa usam-se na decoração de pratos,
cristalizadas ou com chocolate,
Boa tarde!
ResponderEliminarA dúvida é: somente o fruto dessa espécie de roseira tem propriedades medicinais?
Gostei muito...
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