Oficialmente o dia mundial da fotografia é no dia dos meus anos, dia 19 de agosto. No entanto para mim dia mundial da fotografia são todos os dias ou fins de dia, especialmente de verão e outono em que a luz atravessa o meu jardim e a minha aldeia e me convida a deslumbrar-me com detalhes sobre a vida secreta de muitas plantas que nessas tardes mágicas tomam nova vida e me obrigam a fazer pausas no trabalho, proscrastinar, pegar na câmara e sair para a rua, a pé ou de bicicleta.
O lúpulo que é uma das plantas que tenho no jardim e que todos os verões se enrola por todo o lado serpenteando as suas gavinhas na direção do céu, brincando às escondidas com a luz. Cresce vigoroso e fotogénico, impossível resistir ao seu charme.
O
lúpulo usa-se sobretudo para aromatizar a cerveja. Elemento da cultura do Norte
da Europa há mais de 7000 anos, a cerveja, a princípio, era produzida a partir
de outras plantas que não o Humulus lupulus. De facto, os ingleses
ofereceram tanta resistência à introdução do lúpulo, que chegaram a proibir o
seu uso até ao século XVI, com receio de que viesse alterar demasiado o sabor
da cerveja tradicional. Entretanto, tanto os franceses como os alemães há muito
que recorriam ao lúpulo, tendo sido encontrados registos da sua utilização com
a data de 1067.
Os
índios da América do Norte serviam-se desta planta para combater dores e
induzir o sono. E, no século XVII, Nicholas Culpeper (1616-1654) atribuía-lhe
poderes desintoxicantes do sangue e a capacidade de tratar problemas de pele e
doenças venéreas. Na farmacopeia europeia, usava-se – e ainda se usa – o lúpulo
como expetorante, diurético, antiparasitário, sedativo e analgésico, útil para
aliviar dores reumáticas, articulares e menstruais. Era igualmente recomendado
em casos de flatulência, de espasmos intestinais e de diarreia.
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