No sábado passado enquanto me passeava por caminhos de terra molhada onde é hábito despejarem entulho às "escondidas", imaginem, encontrei a PRIMAVERA.
Abandonada entre placas de lusalite, pregos ferrugentos, pedaços de tijolos e outros materiais igualmente apelativos e seguros de serem deixados assim em espaços púbicos.
Lá estava ela, igualmente desprezada, meia murcha e muito tristonha.
Recolhi-a com o cuidado que se deve dar às coisas especiais, sacudi-lhe o pó e trouxe-a para casa, dei-lhe lugar de destaque na janela da cozinha onde renasceu feliz, a contemplar o jardim, cheia de novos botões e promessas de uma longa vida.
Olha com cumplicidade os pássaros, a chuva e as árvores em flor do outro lado da janela.
Pela calada da noite sei que sonha com canções de embalar sussurradas pelo anjo que agora lhe faz companhia.Chama-se MALVA e veio lembrar os meus dias que o tempo é de luz a crescer, e que deitar fora a Primavera é para quem não percebe nada da beleza das flores.
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